TY - JOUR AU - Carreiras, Diogo AU - Paula Castilho, AU - Marina Cunha, PY - 2020/05/21 Y2 - 2024/03/29 TI - O efeito da impulsividade, autoaversão e autocompaixão nos traços borderline na adolescência: Estudo das diferenças entre sexos JF - Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social JA - Rev Port Inv Comp Soc VL - 6 IS - 1 SE - Artigo Original DO - 10.31211/rpics.2020.6.1.170 UR - https://revista.ismt.pt/index.php/ISMT/article/view/170 SP - 50–63 AB - <p><strong>Contexto</strong>: A adolescência é uma etapa desenvolvimental com mudanças biológicas, psicológicas e sociais que irão influenciar o funcionamento na idade adulta. A investigação em torno das Perturbações da Personalidade, e em particular da Perturbação <em>Borderline</em> da Personalidade (PBP), tem cada vez mais investido no estudo de traços disfuncionais e inflexíveis em idades precoces, uma vez que é claro que uma Perturbação da Personalidade não se manifesta apenas subitamente na idade adulta. Existe uma trajetória desenvolvimental que deve ser melhor compreendida e explorada.&nbsp;<strong>Objetivo</strong>: Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo analisar o contributo de processos e mecanismos psicológicos, como a impulsividade, autoaversão e autocompaixão, para a compreensão dos traços <em>borderline</em> na adolescência.&nbsp;<strong>Método</strong>: Este estudo tem um desenho transversal e uma amostra constituída por 440 adolescentes da população geral (278 raparigas e 162 rapazes), com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos. Com recurso ao SPSS, realizaram-se testes <em>t</em> para amostras independentes, correlações de Pearson e regressões lineares.&nbsp;<strong>Resultados</strong>: As raparigas, quando comparadas com os rapazes, apresentaram níveis mais elevados de autoaversão, depressão e traços <em>borderline</em> e níveis mais baixos de autocompaixão. Os modelos de regressão hierárquica para testar o poder preditivo da impulsividade, autoaversão e autocompaixão nos traços <em>borderline</em> foram significativos, explicando 46% da variância dos traços <em>borderline</em> em rapazes e 58% nas raparigas, controlando o efeito da depressão. Enquanto que nas raparigas, todas as variáveis apresentaram um contributo significativo (depressão, impulsividade, autocompaixão e autoaversão), nos rapazes apenas a depressão, impulsividade e autocompaixão revelaram poder preditivo.&nbsp;<strong>Conclusões</strong>: Os dados desta investigação salientam variáveis essenciais para compreender os traços <em>borderline</em> em adolescentes, bem como as diferenças nesses mecanismos psicológicos entre raparigas e rapazes, tendo significativas implicações para a investigação e, sobretudo, para a prática clínica e prevenção.</p> ER -