Avaliação da flexibilidade psicológica em adolescentes: Validação da PsyFlex-A

Autores

  • Renata Soares Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0003-3899-6379
  • Marina Cunha Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra; Universidade de Coimbra, Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC), Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Portugal https://orcid.org/0000-0002-5957-1903
  • Ilda Massano-Cardoso Instituto Superior Miguel Torga; Universidade de Coimbra, Faculdade de Medicina; ; Faculdade de Economia, Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra (CEISUC), Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0003-2510-2348
  • Ana Galhardo Instituto Superior Miguel Torga; Universidade de Coimbra, Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Portugal https://orcid.org/0000-0002-3484-6683

DOI:

https://doi.org/10.31211/rpics.2023.9.1.284

Palavras-chave:

Adolescentes, Flexibilidade Psicológica, Avaliação psicométrica, Estrutura fatorial, Características psicométricas, Estudo quantitativo

Resumo

Objetivo: Adaptar e validar a Psy-Flex para a população de adolescentes (PsyFlex-A). Pretendeu-se analisar a estrutura fatorial da escala, a invariância do modelo entre os géneros, a fidedignidade e a sua associação com variáveis sociodemográficas e outras de interesse. Método: A amostra incluiu 309 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos (M = 14,91) e uma média de 9,56 anos de escolaridade. Os participantes preencheram um protocolo formado pela PsyFlex-A e um conjunto de medidas de autorresposta que avaliaram as competências de mindfulness (CAMM), fusão cognitiva e evitamento experiencial (AFQ-Y8), estados afetivos negativos (DASS-21) e a perceção da qualidade de vida e bem-estar (KidScreen-10). Uma subamostra constituída por 45 participantes completou a PsyFlex-A quatro semanas após a primeira administração para efeitos da análise da fidedignidade temporal. Foi realizada uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC) para testar a estrutura da escala e uma análise multigrupo para avaliar a invariância do modelo entre o sexo masculino e feminino. Testes de confiabilidade e outras validades foram também analisados. Resultados: A PsyFlex-A apresentou uma estrutura de um factor e uma invariância do modelo entre os sexos, sugerindo que os resultados são comparáveis entre rapazes e raparigas. Revelou uma consistência interna e uma fidedignidade teste-reteste adequadas. Mostrou associações positivas com as competências de mindfulness e qualidade de vida e uma associação negativa com a fusão cognitiva/evitamento experiencial e estados afetivos negativos. Foram encontradas diferenças significativas de género, obtendo os rapazes valores mais elevados de flexibilidade psicológica que as raparigas. Conclusão: A PsyFlex-A mostrou ser um instrumento válido e fidedigno para avaliar as competências de flexibilidade psicológica em adolescentes na população portuguesa. De realçar o seu contributo em contexto educativo e clínico, enquanto instrumento de rastreio.

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Publicado

02-03-2023

Como Citar

Soares, R., Cunha, M., Massano-Cardoso, I., & Galhardo, A. (2023). Avaliação da flexibilidade psicológica em adolescentes: Validação da PsyFlex-A. Revista Portuguesa De Investigação Comportamental E Social, 9(1), 1–18. https://doi.org/10.31211/rpics.2023.9.1.284

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