Suporte social percebido em crianças e jovens portugueses em diferentes tipologias familiares e acolhimento residencial
DOI:
https://doi.org/10.31211/rpics.2023.9.1.291Palavras-chave:
Suporte social, Perceção, Crianças, Jovens, Tipologia familiar, Acolhimento Residencial, Estudo quantitativoResumo
Contexto e Objetivo: O suporte social pode ser um fator protetor para crianças/jovens, reduzindo os efeitos do stress e melhorando a estabilidade psicoemocional e relacional. Este estudo teve como objetivo conhecer o suporte social percebido em crianças e jovens portugueses e entender como é influenciado pelo contexto familiar/residencial em que vivem. Métodos: Foram aplicadas as Escalas de Perceção de Suporte Social de Amigos e Família (PSS-Par e PSS-Fam), presencialmente e através do Google Forms, a 250 crianças e jovens entre 10 e 21 anos (M = 16,4 anos), 25,2% em acolhimento residencial, 51,6% em famílias nucleares intactas, 13,2% em famílias monoparentais e 10,0% em famílias reconstituídas, maioritariamente do sexo feminino (55,2%). Resultados: As crianças/jovens em acolhimento residencial percecionaram menor suporte social pelos pares do que as demais (p < 0,05). As crianças/jovens em acolhimento percecionaram menor suporte social familiar do que os que viviam em famílias nucleares intactas (p < 0,05). Conclusões: Estes resultados evidenciam a importância de garantir suporte social adequado em crianças/jovens como fator protetor do desenvolvimento psicoemocional, relacional e social, especialmente às integradas em acolhimento residencial e famílias reconstituídas.
Downloads
Referências
Almeida, I. (2014). Configuração familiar, perceção de funcionamento familiar e autoconceito adolescente [Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica, Instituto Superior Miguel Torga]. Repositório Institucional. https://bit.ly/40llEAN
Amaro, F. (2005). The family in Portugal: Past and present. Em J. Trost & B. Adams (Eds.). Handbook of world families (pp. 330–346). Sage Publications. https://doi.org/j5mb
Bastos, C. (2022). Influência das múltiplas configurações de família em várias dimensões do desenvolvimento das crianças e adolescentes [Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde, Universidade do Porto]. Repositório Institucional. https://bit.ly/3KGolY5
Beardslee, J., Docherty, M., Yang, V. J. H., & Pardini, D. (2019). Parental disengagement in childhood and adolescent male gun carrying. Pediatrics, 143(4), Artigo e20181552. https://doi.org/j6cj
Berridge, D., Luke, N., Sebba, J., Strand, S., Cartwright, M., Staples, E., McGrath-Lone, L., Ward, J., & O’Higgins, A. (2020). Children in need and children in care: Educational attainment and progress. University of Oxford, Department of Education/University of Bristol.
Bester, S., & Malan-Van Rooyen, M. (2015). Emotional development, effects of parenting and family structure. Em J. Weight (Ed.), International Encyclopedia of the Social & Behavioral Sciences (pp. 438–444). https://doi.org/j6ck
Blair-Loy, M. (2003). Competing devotions: Career and family among women executives. Harvard University Press.
Blakely‐McClure, S., & Ostrov, J. (2016). Relational aggression, victimization and self-concept: Testing pathways from middle childhood to adolescence. Journal of Youth and Adolescence, 45, 376–390. https://doi.org/f77f57
Breitkreuz, R., Williamson, D., & Raine, K. (2010). Dis-integrated policy: Welfare-to-work participants’ experiences of integrating paid work and unpaid family work. Community Work and Family, 13(1), 43–69. https://doi.org/bt79kv
Bronfenbrenner, U. (2011). Bioecologia do desenvolvimento humano: Tornando os seres humanos mais humanos. Artmed.
Campos, J., Barbosa-Ducharne, M., Dias, P., Rodrigues, S., Martins, A. C., & Leal, M. (2019). Emotional and behavioral problems and psychosocial skills in adolescents in residential care. Child and Adolescent Social Work Journal, 36, 237–246. https://doi.org/gkqzvp
Candeias, A., Portelada, A., Vaz-Velho, C., Galindo, E., Pires, H., Borralho, L., Grácio, L. Costa, N., Reschke, K., & Witruk, E. (2018). Multiple approaches to the study and Intervention in Stress. Proceedings of the International Seminar: Multiple Approaches to the study and Intervention in stress. Universidade de Évora.
Carmo, C., Oliveira, D., Brás, M., & Faísca, L. (2021). The influence of parental perfectionism and parenting styles on child perfectionism. Children, 8(9), Artigo 777. https://doi.org/h4kh
Carvalho-Simões, S., Inácio, F., & Espírito-Santo, H. (2022). Children’s social and emotional behavior: Role of maternal emotion regulation, psychopathological symptomatology, and family functioning. Análise Psicológica, 40(1), 117–131. https://doi.org/j5mq
Cook, K. (2012). Social support in single parents’ transition from welfare to work: Analysis of qualitative findings. International Journal of Social Welfare, 21(4), 338–350. https://doi.org/bbj33f
Dalbem, J., & Dell’Aglio, D. (2008). Apego em adolescentes institucionalizadas: Processos de resiliência na formação de novos vínculos afetivos. Psico, 39(1), 33–40. https://bit.ly/3owjFN8
De Lange, M., & Dronkers, J. (2018). Single parenthood and children’s educational performance: Inequality among families and schools. Em Nieuwenhuis, R. & Maldonado, L. (Eds.), The triple bind of single-parent families (pp. 125–144). Policy Press.
Del Prette, Z., & Del Prette, A. (2005). Psicologia das habilidades sociais na infância: Teoria e prática. Vozes.
Edin, K., & Kefalas, M. (2005). Promises I can keep: Why poor women put motherhood before marriage. University of California Press.
Ferreira, M., & Marturano, E. (2002). Ambiente familiar e os problemas do comportamento apresentados por crianças com baixo desempenho escolar. Psicologia: Reflexão e Crítica, 15(1), 35–45. https://doi.org/bw823h
Foran, H., Mueller, J., Schulz, W., & Hahlweg, K. (2022). Cohabitation, relationship stability, relationship adjustment, and children’s mental health over 10 years. Frontiers in Psychology, 12, Artigo 746306. https://doi.org/j6cb
Gameiro, F., Ferreira, P., Pedro, A., & Rosa, B. (2022a). Ajustamento psicoemocional e relacional de crianças e jovens com medida de acolhimento residencial. Em J. Serrão, M. Neves, H. Bracons, J. Brás, & A. Cabral (Eds.), E-book II Congresso Internacional Humanismo, Direitos Humanos e Cidadania (pp. 291–299). Edições Universitárias Lusófonas.
Gameiro, F., Ferreira, P., & Pedro, A. (2022b). Ajustamento psicoemocional de crianças e jovens portugueses integrados em distintas tipologias de agregado. Em M. Bermúdez-Vásquez & A. Chaves-Montero (Coords), Investigación y transferencia de las ciencias sociales frente a un mundo en crisis (pp. 196–214). Dykinson S.L.
Golombok, S., Zadeh, S., Freeman, T., Lysons, J., & Foley, S. (2021). Single mothers by choice: Parenting and child adjustment in middle childhood. Journal of Family Psychology, 35(2), 192–202. https://doi.org/j5pg
Gonçalves, M., Baptista, M., & Farcas, D. (2016). IPSF: Análise da estrutura interna em uma amostra de jovens adultos portugueses. Avaliação Psicológica, 15(1), 115–123. https://bit.ly/41wMqaY
Gouveia, P., Leal, I., Cardoso, J., & Nunes, A. (2015). Contributos para a adaptação e aferição de duas medidas de suporte social. Psicologia, Saúde e Doenças, 16(3), 386–391. https://doi.org/j5ph
Harkness, S., & Salgado, M. (2018). Single motherhood and child development in the UK. Em R. Nieuwenhuis & L. Maldonado (Eds.), The triple bind of single-parent families (pp. 101–124). Policy Press.
Instituto de Segurança Social. (2022). Relatório CASA 2021. ISS. https://bit.ly/3mJzjEb
Keim, S. (2017). Are lone mothers also lonely mothers? Social networks of unemployed lone mothers in Eastern Germany. Em L. Bernardi & D. Mortelmans (Eds.), Lone parenthood in the life course (pp. 111–140). Springer Open.
Kennett, J. (2001). Perceived parental roles in stepfamilies implications for family cohesion and functioning [Master Thesis in Arts, Faculty of Education - Simon Fraser University]. Institutional Repository. https://bit.ly/40fWMdX
Lausten, M., & Fredriksen, S. (2016). Do you love me? An empirical analysis of the feeling of love amongst children in out-of-home care. Scottish Journal of Residential Child Care, 15(3), 90–103. https://doi.org/j5mh
Letablier, M., & Wall, K. (2017). Changing lone parenthood patterns: New challenges for policy and research. Em L. Bernardi, & D. Mortelmans (Eds.), Lone parenthood in the life course (pp. 29–54). Springer Open.
Lorijn, S.J., Engels, M.C., Huisman, M., & Veenstra, R. (2022). Long-term effects of acceptance and rejection by parents and peers on educational attainment: A study from pre-adolescence to early adulthood. Journal of Youth and Adolescence, 51, 540–555. https://doi.org/gm77r7
Lucas, M. (2012). Forças nas famílias monoparentais femininas [Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica, Instituto Superior Miguel Torga]. Repositório Institucional. https://bit.ly/3n1sRZy
Meier, A., Musick, K., Flood, S., & Dunifon, R. (2016). Mothering experiences: How single-parenthood and employment structure the emotional valence of parenting. Demography, 53(3), 649–674. https://doi.org/f8pjgz
Miklikowska, M., Tilton-Weaver, L., & Burk, W. J. (2022). With a little help from my empathic friends: The role of peers in the development of empathy in adolescence. Developmental Psychology, 58(6), 1156–1162. https://doi.org/gpr8db
Nomaguchi, K., Milkie, A., & Bianchi, S. (2005). Time strains and psychological well-being. Do dual-earner mothers and fathers differ? Journal of Family Issues, 26(6), 756–792. https://doi.org/bkb763
Oliveira, S., & Próchno, C. (2010). A vinculação afetiva para crianças institucionalizadas à espera de adoção. Psicologia: Ciência e Profissão, 30(1), 62–84. https://doi.org/gf4twt
Papalia, D., & Feldman, R. (2013). Desenvolvimento humano (12ª ed). Editora McGraw-Hill.
Peixoto, F. (2004). Qualidade das relações familiares, auto-estima, autoconceito e rendimento académico. Análise Psicológica, 1(XXII), 235–244. https://doi.org/j5mj
Procidano, M., & Heller, K. (1983). Measures of perceived social support from friends and from family: Three validation studies. American Journal of Community Psychology, 11(1), 1–24. https://doi.org/dtdwqp
Qi, W. (2019). Harsh parenting and child aggression: Child moral disengagement as the mediator and negative parental attribution as the moderator. Child Abuse & Neglect, 91, 12–22. https://doi.org/gf349b
Ramos, N. (1993). Maternage en milieu portugais autochtone et immigré. De la tradition à la modernité. Un étude etnopsychologique [Tese de Doutoramento, Universidade de René Descartes]. Repositório Institucional. https://www.theses.fr/1994PA05H022
Rodrigues, S., & Barbosa-Ducharne, M. (2017). Residential child and youth care in Portugal: Current challenges and the need for quality care assessment. Em T. Islam & L. Fulcher (Eds.), Residential child and youth care in a developing world. European perspectives (pp. 356–366). The CYC-Net Press.
Sigal, J., Perry, J., Rossignol, M., & Ouimet, M. (2003). Unwanted infants: Psychological and physical consequences of inadequate orphanage care 50 years later. American Journal of Orthopsychiatry, 73(1), 3–12. https://doi.org/bqtgb7
Siqueira, A., & Dell’Aglio, D. (2010). Crianças e adolescentes institucionalizados: Desempenho escolar, satisfação de vida e rede de apoio. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(3), 407–415. https://doi.org/cmnbfr
Villalobos, A. (2014). Motherload. Making it all better in insecure times. University of California Press.
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Paula Ferreira, Fátima Gameiro, Ana Pedro (Autor)
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Dados de financiamento
-
European Social Fund
Números do Financiamento POISE-03-4639-FSE-000669 P